A piometra é um distúrbio uterino de cadelas e gatas, mediado pela hormônio reprodutivo progestrona. A progestrona é a hormona feminina que actua para manter a gravidez. No entanto, todas as fêmeas, gestantes ou não, estão expostas a grandes concentrações desta hormona durante 45 a 75 dias após o cio.
Esta infecção é mais comum em fêmeas adultas, com mais de seis anos de idade, não castradas.
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Causas
A progestrona provoca uma diminuição das defesas naturais do útero, fazendo com que este fique mais susceptível a infecções de bactérias que habitam normalmente a vagina e que “sobem” através do cervix para o útero infectando-o. Dentro destas bactérias, a E. coli é a bactéria que mais vezes causa piómetra.
Como as concentrações sanguíneas de progestrona nunca são tão elevadas e frequentes nas gatas como nas cadelas, a piometra é mais frequente nas últimas, embora as gatas também possam sofrer da doença.
Animais que tenham sofrido administração de medicamentos abortivos baseados em estrogéneos (injecções abortivas) ou anticoncepcionais baseados em progestrona (pílulas) são muito mais predispostos a piometra. Nunca administre estes medicamentos aos seus animais.
A piometra pode surgir de duas formas, a aberta, em que o animal apresenta uma descarga vaginal de pús ou fluido uterino geralmente com mau cheiro, ou a fechada em que não existe descarga vaginal, porque o cervix está “fechado”. Geralmente a piómetra fechada é mais preocupante porque o animal pode adoecer gravemente antes que o dono se aperceba que existe um problema.
A piometra pode levar à ruptura do útero pondo em risco a vida do seu animal, tal como a ruptura do apêndice nas pessoas. Embora sendo raro pode existir piometra num corno uterino e gravidez no outro.
Quais são os sintomas?
Os sintomas de piometra podem ser variados passando por aumento do consumo de água (polidipsia) e da produção de urina (poliúria), corrimento vaginal, febre, depressão, falta de apetite, perda de peso, vómitos e diarreia.
Os sintomas sofrem um agravamento com o passar dos dias. Se não houver tratamento evoluem para uma desidratação severa, colapso e morte.
Diagnóstico
As análises de sangue podem revelar afecção de outros órgãos (fígado, rim, etc) lesados pela progressão da doença. A radiografia e ecografia abdominal geralmente confirmam o diagnóstico.
Qual é o tratamento?
O tratamento passa irremediavelmente pelo internamento e administração intravenosa de soro e antibióticos para estabilizar o seu animal até que seja possível a resolução cirúrgica através de uma esterilização de urgência (ovariohisterectomia).
Existem outros métodos de combater a doença, como a administração de prostaglandinas F2 alfa e antibióticos, embora estas não possam ser usadas em animais muito doentes. Para além disso, e devido ao risco de vida em que a doença coloca o seu animal, a cirurgia é o método de eleição para o tratamento.
A prevenção pode ser feita através da castração (ovariohisterectomia) o mais cedo possível na vida do animal.
Fontes: http://www.hospitaldosanimais.com/