domingo, 22 de abril de 2012

Alergia a gatos

Imagem retirada de: i--love--cats.blogspot.com

Como todas as reacções alérgicas, as alergias a animais de estimação são reacções do sistema imunitário a uma substância prejudicial.
No entanto, e ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, a maior parte das alergias a gatos não se devem ao pêlo dos bichanos, mas sim a uma proteína libertada pela sua saliva (fel d 4) ou segregada pela sua pele, pelas glândulas sebáceas (Fel d 1).
Este é um dos conceitos errados mais comuns sobre as alergias a gatos.
Devido aos seus meticulosos hábitos de higiene, os gatos passam uma boa parte do seu tempo a lamber o pêlo, o que espalha essas substâncias alérgenas sobre toda a pelagem. Quando o pêlo seca, as substâncias alérgenas descamam e libertam-se ao menor movimento, espalhando-se por toda a casa e aderindo a qualquer superfície - tapetes, móveis, roupa... Por serem tão leves, esses alérgenos podem ser transportados e encontrados em locais onde o gato nunca esteve, tais como escritórios, carros ou aviões.
A alergia a gatos é mais frequente que a alergia a cães, especialmente pelos seus hábitos de higiene e porque não são tão frequentemente sujeitos a banhos.
Estas substâncias alérgenas são produzidas em maior quantidade por machos não esterilizados, uma vez que a libertação destas proteínas está parcialmente interligada com o funcionamento hormonal. Outra razão é o facto destes machos não esterilizados procurarem com frequência o exterior, trazendo depois agarradas ao pêlo muitas destas substâncias alérgenas.
Alguns dos sintomas destas alergias nos humanos passam por espirros, congestão e/ou corrimento nasal, comichão no nariz, dificuldades repiratórias, olhos vermelhos, inflamados e lacrimejantes, tosse, entre outros.
Há, no entanto, estudos que provam que crianças que têm animais de estimação, desenvolvem uma maior capacidade de resistir e combater as alergias do que as crianças que nunca tiveram animais.

Mitos e conceitos errados

Já vimos que o maior mito errado é o de pensar que a alergia é causada pelo pêlo do gato, quando na verdade é causada por alérgenos da sua saliva, glândulas sebéceas ou mesmo alérgenos presentes no ambiente e que se agarram ao pêlo dos animais de estimação.

Outro erro comum é o facto dos animais de pêlo longo causarem mais alergias que os de pêlo curto. O que pode acontecer é que os animais de pêlo longo transportam mais alérgenos do que os de pêlo curto, pois tocam em mais locais contaminados e juntam mais partículas, tais como pólen, poeiras e germes de mofo. Isto também acontece com os humanos de cabelo comprido...
A cor do pêlo também não tem qualquer influência no que respeita a provocar alergias.

Outro conceito errado é o do animal hipoalergénico, ou seja, pensar que há raças de animais que não provocam alergia. Uma vez que as substâncias alérgenas estão presentes no ambiente e se aderem a qualquer superfície, todos os animais provocam alergia. Visto que os gatos possuem os alérgenos na pele e saliva, todas as raças de gatos provocarão alergia.


Imagem de: allergiestocatsrelief.com


Controlar os sintomas da alergia

Apesar de haver várias maneiras de controlar e minimizar os sintomas da alergia, estes nunca desaparecem por completo. Para controlar os sintomas da alergia, a melhor forma é eliminar o foco do problema, ou seja, as substâncias alérgenas.
Se não tiver nenhum animal de estimação em casa, não adopte nenhum que não seja um peixe ou uma tartaruga. Todos os animais com o corpo revestido de pêlo ou penas são portadores e transmissores de substâncias alérgenas.
No entanto, se já possuir algum animal de estimação, poderá seguir estes conselhos para que não tenha de arranjar novo dono para o seu companheiro de quatro (ou duas) patas.
  1. Comece por não deixar o animal entrar no seu quarto ou dormir na sua cama. Desta forma diminuirá a quantidade de substâncias alérgenas nessa divisão, o que lhe poderá proporcionar um sono mais descansado. Coloque a cama do seu bichano num local sossegado, mas fora do seu quarto.
  2. Substitua todas as alcatifas de casa por chão de tijoleira ou madeira tratada (tacos ou flutuante) e acabe com tapetes ou carpetes, visto ser nos tecidos que há maior acumulação de alérgenos.
  3. Lave com frequência todas as cortinas, cobertores, lençóis e tapetes que tenha de manter. Se possível utilize edredons de tecido sintético, anti-alérgicos, fáceis de lavar.
  4. Durante a limpeza da casa, evite espanadores e panos secos. Utilize toalhitas húmidas para não levantar o pó e utilize o aspirador, de preferência com filtros HEPA. Se possível, limpe a sua casa com uma máquina de vapor.
  5. Utilize desumificadores no Inverno, que evitarão a criação e acumulação de substâncias alérgenas.
  6. Lave a cama do seu gato com bastante frequência, de preferência uma vez por semana. Evite mantinhas peludas e prefira tecidos de secagem rápida.
  7. Forre as cadeiras e sofás com um tecido impermeável e lave esses forros com frequência.
  8. Não deixe o seu gato dar passeios no exterior para que não traga para casa mais substâncias alérgenas agarradas ao pêlo, como pólen, poeira, germes de mofo...
  9. Dê banho ao seu gato, limpe o seu pêlo com toalhitas próprias para animais de estimação e escove o seu pêlo para se livrar dos alérgenos indesejáveis, lavando a escova de seguida. Actualmente existem no mercado produtos próprios para manter o pêlo do seu animal limpo e livre dessas substâncias.
  10. Lave as mãos sempre que tocar no seu gato, antes de tocar nos olhos ou nariz.
Se seguir os conselhos descritos nos 10 pontos anteriores, não preciserá de arranjar novo dono para o seu bichano, pois os sintomas diminuirão de forma significativa. Poderá ter uma vida normal e usufruir da companhia do seu gato durante muitos e longos anos. E lembre-se:
NUNCA ABANDONE O SEU ANIMAL!

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