terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Aquisição de cães por impulso é uma das principais causas de abandono dos animais

A aquisição de um animal envolve compromisso. Com o bichano, surgem responsabilidades que muitas vezes são ignoradas pelo tutor. É o caso de quem compra ou adota um animal por impulso, sem se dar conta de que ele deverá viver por 12 a 15 anos, que crescerá, precisará de um ambiente e de espaço adequados.
O resultado da falta de consciência disso é a quantidade de cachorros e gatos abandonados. Aldonei Luiz Bonfim, ou Dognei, como é conhecido, é funcionário do Canil Municipal de Guarapuava, no Paraná, e há cinco anos se dedica aos casos de abandono e maus-tratos. “Hoje já foram dois cães atropelados, e há casos em que os tutores abandonam, não se prontificam a socorrer o animal e nem buscar por ajuda, para não ter gastos com o veterinário”, contou.
A principal legislação de proteção aos animais é a lei 9.605/1998, de crimes ambientais, na qual se prevê pena de três meses a um ano e multa em caso de prática de abuso, maus-tratos, ferimento ou mutilação de animais silvestres, domésticos ou domesticados.
Mas, segundo Aldonei, nem sempre isso impede que os maus-tratos aconteçam. “É por isso que, além da lei de proteção, há um trabalho intenso de conscientização”.
A guarda responsável é o último tema da campanha Vidacão, realizada pelos meios de comunicação de Guarapuava.
Um exemplo de amor

Magrão, o cachorro de Viviane, foi atropelado no ano passado (Foto: Janaina Carvalho/Diário de Guarapuava)

A guarapuavana Viviane Kramer, de 17 anos, dá um exemplo de como é possível mudar a história de um cão através do carinho e da guarda responsável. No fim de 2012, a adolescente adotou o Magrão.
No ano passado, ele foi atropelado e teve fratura exposta na pata esquerda dianteira, mas ficou machucado, abandonado e sem comida por alguns dias, até ser encontrado pela equipe do Canil Municipal, no mês de agosto. De tão magro, não conseguia ficar de pé.
Após cirurgia que retirou a pata e os cuidados de veterinários necessários, o cão se recuperou. Dognei iniciou uma campanha pela internet em busca de um lar para o cachorro, visto que não queria levá-lo para o canil, onde poderia sofrer com a convivência com os outros animais, devido à sua deficiência.
Em dezembro, a família de Viviane o adotou. Magrão é um companheiro faceiro e corre sem parar. Agora, ele tem uma casinha, coleira, comida e, principalmente, muito afeto.
Responsabilidade
A guarda responsável  prevê que o tutor cumpra algumas recomendações indispensáveis. “Se você é tutor do cachorro, ele está sob sua responsabilidade. Ele deve estar seguro, deve ter uma casinha para ele e estar para dentro do portão da sua casa. De forma que ele não escape, e não vá para a rua”, explica Aldonei.
Microchip eletrônico
Há um ano, no Canil Municipal, são implantados microchips nos cães doados pela Spag. Só em 2012, foram quase 800 animais doados já com os microchips que contêm informações sobre o responsável pelo animal.
É uma boa forma de localizar os tutores desses animais que foram adotados e logo depois abandonados novamente.