Você sabia que a colisão de aves contra vidraças e muros de vidro é a segunda maior causa de morte de pássaros no mundo? Essa realidade foi abordada pela estudante de graduação Liana Cézar Barros, da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp (Universidade de Campinas), no trabalho “Morte de pássaros por colisão com vidraças”, em dezembro de 2010, e está bem presente no Vale do Itapocu. As aves, que voam em alta velocidade, não sabem distinguir painéis de vidro transparente ou reflexivo, em vidraças de residências ou prédios comerciais, tanto em áreas urbanas como rurais.
O tema foi levado à discussão na reunião mensal do Comcidade (Conselho Municipal da Cidade), que discute ações e políticas sobre urbanismo e meio ambiente pela ecologista Elza Nishimura Woehl, da Ong (Organização Não-governamental) Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade.
Segundo Elza, a instituição constantemente recebe denúncias recorrentes de pássaros vítimas do grande uso de vidros na construção civil – tendência crescente nas novas edificações – e, por isso, decidiu usar a palavra livre e lançar o problema aos conselheiros. “Na minha casa, em Guaramirim, há oito anos passei a colocar plástico de bolha por fora das vidraças por causa disso”, revela. Outra solução é aderir aos vidros foscos e não-transparentes. Elza conta que muitos já utilizam adesivos com aves maiores, predadoras, como águias e gaviões, “para amedrontar e manter os pássaros longe dos vidros”.
Durante o encontro, um dos conselheiros teria reconhecido que já presenciou a morte de um casal da espécie Sanhaçu em sua propriedade. “A tecnologia faz parte da vida da gente, mas é preciso levar de forma paralela ao meio ambiente”, ressalta Elza.
Ainda segundo a ambientalista, o presidente do Comcidade e secretário municipal de Planejamento Urbano, Aristides Panstein, reconheceu que o assunto é procedente e que o problema pode originar a criação de uma lei municipal para normatizar a utilização de vidros na construção civil.
Um das soluções é a utilização de adesivos coloridos, exigência que poderia constar em lei municipal. O Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade, dos mais conceituadas do Brasil, tem sede no bairro Caixa D’água, em Guaramirim, e em área de 40 hectares na Tifa Stinghen, em Jaraguá do Sul, com trilha interpretativa para estudantes e alojamentos para voluntários, estagiários e pesquisadores de Educação Ambiental. Informações no www.ra-bugio.org.br e no (47) 3274-8613.
Fonte: O Correio do Povo
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