quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Sacrifício de animais continua, diz ONG

Em vigor desde abril do ano passado, a lei municipal nº. 326 - que determina que os poderes executivos do município e do estado estão obrigados a criar e incentivar programas de proteção aos animais, e proibidos de praticar a "eliminação da vida de cães e gatos" por meio de estabelecimentos oficiais como centros de zoonoses ou canis - vem sendo questionada pelas entidades protetoras dos animais da capital potiguar. Segundo a ONG Patamada, não há espaço nos canis para albergar todos os animais recolhidos nas ruas em situação de risco e um grande número de animais continua sendo sacrificado sem apresentar os problemas necessários para sofrerem eutanásia.


Cachorros e gatos só podem ser sacrificados no casos previstos em lei. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
"Recebemos denúncias com freqüência de funcionários que trabalham dentro do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Natal de que a prática da câmara de gás ainda existe por lá e que muitos animais são sacrificados toda a semana, até mesmo os sadios. Isso porque eles não têm onde comportar os animais e a aniquilação em massaé freqüente", revela a presidente da ONG, Elenice Knopik.

A lei prevê que o único caso em que os animais poderão ser executados, por meio do uso da eutanásia, serão aqueles em que fiquem constatados males, doenças graves ou infecto-contagiosas incuráveis, que possam colocar em risco a saúde de pessoas ou de outros animais. Para que a eutanásia seja aplicada, a lei exige que um laudo, assinado pelo responsável do órgão que realizará o processo, seja feito e disponibilizado para que entidades protetoras dos animais possam analisar. No entanto elas alegam não recebê-los.

De acordo com Úrsula Tathiana, integrante da Patamada, as campanhas de orientação da população têm ocorrido, cumprindo outra determinação da lei. Apenas em 2011, duas atividades inéditas de adoção de animais ocorreram na capital potiguar, o que foi considerada uma vitória. Mas há o que avançar. "As adoções até acontecem, mas há pessoas que adotam por impulso e abandonam novamente o animal". 



Em resposta às denúncias, o diretor do Centro de Controle de Zoonoses, Diógenes Soares, alega que o órgão já eliminou a câmara de gás há 10 anos e que não usa mais desse artifício para sacrificar os animais. Segundo Diógenes, os animais só são sacrificados, sob o uso da eutanásia, se apresentarem doenças como câncer em estado de metástase ou raiva, bem como animais vítimas de atropelamento ou que passem por sofrimento extremo.

"Os animais não doentes são triados e encaminhados para a adoção. A procura é bastante alta e por esse motivo não há como os animais superlotarem o canil municipal", afirma o diretor. Segundo ele, a cada 10 animais que são entregues ao Centro de Zoonoses, oito estão doentes e a carrocinha apenas atua em caso de denúncia de animais que tragam risco para a saúde pública ou danos à integridade física da população. Em média, cinco animais chegam ao CCZ por dia. Anualmente, são realizadas adoções de 400 a 600 animais, em sua maioria são de raça indefinida e de porte médio.

Desde a aprovaçãoda lei que os cães que já são figuras recorrentes em muitos dos bairros passaram a ser reconhecidos como "comunitários". "Eles não serão mais recolhidos definitivamente para canis ou centros de zoonoses". 
Fonte Diário de Natal


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