Em vigor desde abril do ano passado, a
lei municipal nº. 326 – que determina que os poderes executivos do município e
do estado estão obrigados a criar e incentivar programas de proteção aos
animais, e proibidos de praticar a “eliminação da vida de cães e gatos” por
meio de estabelecimentos oficiais como centros de zoonoses ou canis – vem sendo
questionada pelas entidades protetoras dos animais da capital potiguar.Parece
que ainda “não pegou”, assim como muitas leis brasileiras que não são
cumpridas, ou porque não há fiscalização ou por serem mal-formuladas. Com isso,
muitos cães e gatos são sacrificados – ou melhor, assassinados – sem ter a
chance de encontrar um lar responsável.
De que adianta impedir a morte de seres
inocentes, se não há políticas públicas efetivas para combater o aumento
populacional de bichos de companhia? É preciso conscientizar a sociedade da
guarda responsável, promover uma ampla campanha de esterilização desses
animais, mais feiras de doação e punir com rigor os maus-tratos.
E
não se pode mais ficar alienado às precárias condições que se encontram os
abrigos municipais de todo o Brasil: falta de higiene e espaço, alimentos e
remédios vencidos, cães e gatos sem tratamento adequado. Um mero depósito de
animais com data marcada para morrer. Quando eles chegam aos CCZs, há um
período mínimo de três dias para a “eutanásia”, termo que não pode ser aplicado
a todos os abrigos, pois muitos animais morrem em câmaras de gás ou
descompressão, pauladas, tiros de pistola, eletrocussão ou por enforcamento.
A
OMS (Organização Mundial de Saúde) já concluiu, na década de 1980, que não há
evidências de que o extermínio sistemático de cães seja a solução para o fim da
disseminação da raiva. De acordo com a entidade, somente a vacinação dos
animais, e campanhas educacionais para a esterilização e a guarda responsável
são eficazes, além de menos onerosas aos cofres públicos.
Então
fica a pergunta: quem ganha com a vigência desse modelo caro, antigo, ineficaz
e cruel de controle de zoonoses? Certamente, não é a população, muito menos os
animais que estão nas mãos de donos irresponsáveis, que os abandonam como quem
joga fora um utensílio incômodo e sem utilidade.
Hoje às 11:00 hs
estiveram presentes em audiência pública na Promotoria do Meio Ambiente
representantes do CCZ,SESAP,Entidades protetoras dos animais e voluntários.O
atual diretor do Centro de Controle de Zoonoses Alessandre De Lia Tavares fez
uma breve explanação sobre a situação do CCZ e disse que está disposto a
trabalhar em conjunto com as pessoas que desejam mudar a situação do Centro.O
diretor afirmou que mesmo tendo assumido o cargo em 17 de janeiro de 2013 já
detectou várias deficiências no sistema atual tanto no manejo com os animais
como por parte dos servidores.Ficou confirmado uma visita in loco no dia 18 de
março às 09:00 hs no CCZ de Natal para debater os
projetos,reformas,reestruturação,treinamentos e principalmente como mudar esta
triste realidade que o CCZ é um campo de extermínio.
Não será um trabalho
fácil,o retorno será a longo prazo.Porém fica a certeza de que é um grande
passo para que a realidade do Centro de Controle de Zoonoses seja transformado.
Durante a audiência
foram colocadas várias proposições, dentre elas:
- incentivo à adoção dos animais sob responsabilidade do CCZ e por campanhas que incentivem a guarda responsável.
- Pelo fim do recebimento, pelo CCZ , de animais abandonados, dado que abandonar animais é ilegal.
- Pelo fim da matança de animais saudáveis ou tratáveis / reabilitáveis no CCZ de Natal.
- Pelo tratamento digno e respeito à vida de todo e qualquer ser vivo.
Venha fazer
parte dessa corrente pelos animais. Vamos mudar esta realidade!
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