segunda-feira, 11 de março de 2013

Audiência sobre CCZ Natal 11.03.2013



Em vigor desde abril do ano passado, a lei municipal nº. 326 – que determina que os poderes executivos do município e do estado estão obrigados a criar e incentivar programas de proteção aos animais, e proibidos de praticar a “eliminação da vida de cães e gatos” por meio de estabelecimentos oficiais como centros de zoonoses ou canis – vem sendo questionada pelas entidades protetoras dos animais da capital potiguar.Parece que ainda “não pegou”, assim como muitas leis brasileiras que não são cumpridas, ou porque não há fiscalização ou por serem mal-formuladas. Com isso, muitos cães e gatos são sacrificados – ou melhor, assassinados – sem ter a chance de encontrar um lar responsável.
De que adianta impedir a morte de seres inocentes, se não há políticas públicas efetivas para combater o aumento populacional de bichos de companhia? É preciso conscientizar a sociedade da guarda responsável, promover uma ampla campanha de esterilização desses animais, mais feiras de doação e punir com rigor os maus-tratos.
E não se pode mais ficar alienado às precárias condições que se encontram os abrigos municipais de todo o Brasil: falta de higiene e espaço, alimentos e remédios vencidos, cães e gatos sem tratamento adequado. Um mero depósito de animais com data marcada para morrer. Quando eles chegam aos CCZs, há um período mínimo de três dias para a “eutanásia”, termo que não pode ser aplicado a todos os abrigos, pois muitos animais morrem em câmaras de gás ou descompressão, pauladas, tiros de pistola, eletrocussão ou por enforcamento.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) já concluiu, na década de 1980, que não há evidências de que o extermínio sistemático de cães seja a solução para o fim da disseminação da raiva. De acordo com a entidade, somente a vacinação dos animais, e campanhas educacionais para a esterilização e a guarda responsável são eficazes, além de menos onerosas aos cofres públicos.
Então fica a pergunta: quem ganha com a vigência desse modelo caro, antigo, ineficaz e cruel de controle de zoonoses? Certamente, não é a população, muito menos os animais que estão nas mãos de donos irresponsáveis, que os abandonam como quem joga fora um utensílio incômodo e sem utilidade.
Hoje às 11:00 hs estiveram presentes em audiência pública na Promotoria do Meio Ambiente representantes do CCZ,SESAP,Entidades protetoras dos animais e voluntários.O atual diretor do Centro de Controle de Zoonoses Alessandre De Lia Tavares fez uma breve explanação sobre a situação do CCZ e disse que está disposto a trabalhar em conjunto com as pessoas que desejam mudar a situação do Centro.O diretor afirmou que mesmo tendo assumido o cargo em 17 de janeiro de 2013 já detectou várias deficiências no sistema atual tanto no manejo com os animais como por parte dos servidores.Ficou confirmado uma visita in loco no dia 18 de março às 09:00 hs no CCZ de Natal para debater os projetos,reformas,reestruturação,treinamentos e principalmente como mudar esta triste realidade que o CCZ é um campo de extermínio.
Não será um trabalho fácil,o retorno será a longo prazo.Porém fica a certeza de que é um grande passo para que a realidade do Centro de Controle de Zoonoses seja transformado.
Durante a audiência foram colocadas várias proposições, dentre elas:

-  incentivo à adoção dos animais sob responsabilidade do CCZ e por campanhas que incentivem a guarda responsável. 
- Pelo fim do recebimento, pelo CCZ , de animais abandonados, dado que abandonar animais é ilegal. 
- Pelo fim da matança de animais saudáveis ou tratáveis / reabilitáveis no CCZ de Natal. 
- Pelo tratamento digno e respeito à vida de todo e qualquer ser vivo. 

Venha fazer parte dessa corrente pelos animais.  Vamos mudar esta realidade!

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