Proteção é o ato ou efeito de proteger; amparo; abrigo; dedicação pessoal àquilo que dela precisa; auxílio. Privilégio ou favor, como forma de proteção.
Em primeiro lugar, é importante saber que protetores de animais são pessoas iguais a você. Eles trabalham, estudam, possuem família, filhos, quintal pequeno, moram em apartamento em alguns casos, mas decidiram arregaçar as mangas e fazer a diferença. Um dia desses, eu ouvi que “ser protetor de animais é um apostolado”, e isso significa você dedicar sua vida, seu tempo e seu dinheiro em uma causa que muito provavelmente “nunca” lhe trará nenhum retorno material. Consiste também em mudar seus hábitos alimentares (parar de consumir carne), hábitos de diversão (rodeios, vaquejadas, touradas, feiras de exposição, de exploração, de competição, etc.), hábitos de consumo (roupas de origem animal como casacos de pele, etc.), hábitos em geral.
O “protetor de animais” muda sua visão em relação à vida. Passa a respeitar toda forma de vida. Passa a lutar pela defesa dos direitos dos animais, pela castração, pela adoção, por leis mais rígidas e que os defendam, pela conscientização da população contra a exploração animal em todas as suas formas, contra o comércio de animais, etc.
Percebi que é impossível tirar todos os animais das ruas, mas os que necessitam, por estarem debilitados e com a vida em risco são resgatados. Graças a eles, muitos animais estão vivos e com uma qualidade de vida ótima, mas sempre em busca de adoção, doação, voluntários, ajuda de qualquer forma. Hoje temos as redes sociais como meio de comunicação e de pedidos de ajuda. Lá, podemos expor os casos, os animais, as necessidades e a partir dai os protetores conseguem ajuda.
Ninguém é obrigado a doar nada. Normalmente as pessoas se sensibilizam com alguns casos e ajudam com ração, produtos de limpeza, dinheiro, dentre outras coisas. Alguns até apadrinham animais pagando tratamento veterinário, medicamentos, exames, até mesmo internações. Porém, a partir do momento que um protetor de animais se desloca de sua casa, sabe-se lá para onde e em que situação, ele se torna tutor desse animal, e só faz a doação para quem ele achar apto a cuidar desse animal. Eu como médica veterinária, formada no Rio de Janeiro, Brasil, sou voluntária de um abrigo, e faço o que posso dentro das minhas possibilidades, além de ajudar outros protetores, como posso claro.
Aqui, no que diz respeito a tratamento, consigo fazer o pouco se transformar em muito, e a eutanásia praticamente não é utilizada, pois nós Brasileiros, lutamos até o fim pela vida. Os protetores conseguem trazer vida para quem já estava praticamente sem ela. Quando se fala em proteção animal, não posso deixar de citar a SUIPA (Sociedade União Internacional Protetora dos Animais). A SUIPA foi inaugurada em 1943. É a primeira associação de proteção ao animal do Estado do Rio de Janeiro e a segunda mais antiga do Brasil, e com prazer digo a vocês que fui estagiária lá e sei o sufoco que passam com excesso de animais, e a luta diária para fazer o melhor em todos os sentidos. São sempre mais abandonos que adoção, coisa que não é diferente nos abrigos aqui fora. Porém a SUIPA é uma ONG, e os abrigos aqui fora não são. É muita burocracia, e falta verba. Pedi então para um protetor de animais, expor o que ele sente, e como se sente:
Bom em primeiro lugar ninguém escolhe ser protetor. É simples, nascemos assim. Tem horas que eu penso que é um defeito, pois todo resgate que faço me bate dois tipos de sentimento, o primeiro é a necessidade salvar nosso anjo o mais rápido possível e o outro sentimento é como se eu perdesse um pouco da minha vida junto com a minha tristeza. Sabe, em relação a padrões de resgate, Não existe! Vida é vida, independente do animal, raça ou condições físicas naquele instante. O que sinto é uma obrigação de TER QUE FAZER ALGUMA COISA. Não me pergunte por que, pois não saberei responder. Os problemas que eu enfrento são as condições financeiras. Pois primeiro resgato e depois tento da melhor maneira salvá-lo. Graças a Deus estou tendo ajuda de amigos. Amigos que não conheço face a face, mas conheço a melhor parte deles que é o coração. A minha maior dificuldade é na adoção, pois consigo salvá-los, porém a maior parte são velhos e deficientes e as pessoas não querem adotá-los.
*Izabela Berbert Fecher é médica veterinária no Rio de Janeiro.
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